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"Este site é seguro?" ajuda a identificar ameaças digitais

A ferramenta da DECO PROteste ajuda os consumidores a avaliarem se um site tem phishing, malware, vírus e outras ameaças digitais antes de clicarem na página.

22 abril 2024
Este site é seguro

Roubar uma carteira em plena luz do dia ou assaltar uma casa são crimes reais, e ainda comuns, mas estão longe de ser os mais sofisticados. Hoje em dia, as maiores ameaças estão do outro lado do ecrã do computador e são impercetíveis para o comum dos mortais. É através da internet que os “novos” criminosos tentam encontrar potenciais vítimas, recorrendo a sites maliciosos e falsificados, cada vez mais sofisticados, projetados para roubar dados financeiros e pessoais dos utilizadores.

Prova disso é que o número de incidentes de cibersegurança tem estado a aumentar ano após ano, e 2023 não fugiu à regra. De acordo com o Gabinete Cibercrime do Ministério Público, foram recebidas, no primeiro semestre desse ano, 1363 denúncias de crimes informáticos, cerca de 60% mais do que em igual período de 2022. Segundo o relatório Riscos & Conflitos, de 2023, do Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS), as ciberameaças aumentaram em 2022. As mais relevantes foram o ransomware, a cibersabotagem ou indisponibilidade, o phishing/smishing/vishing, a burla online, outras formas de engenharia social e o comprometimento de contas ou tentativa de login.

O CNCS alerta para as ameaças que têm vindo a surgir em resultado da disponibilização de plataformas de inteligência artificial para o público em geral e o seu potencial de utilização para o desenvolvimento de ferramentas que permitem a realização de ações maliciosas no ciberespaço e a criação de campanhas de desinformação.

No resto do globo, o cibercrime também está em rota ascendente. De acordo com o mais recente estudo The Global State of Scams – 2023 Report, da Global Anti Scam Alliance (GASA), do ScamAdviser e da Universidade de Twente, publicado em outubro de 2023, 25,5% dos cidadãos dizem ter perdido dinheiro para esquemas fraudulentos online ou sofrido roubos de identidade num período temporal de 12 meses. Daqui terão culminado perdas financeiras acumuladas de um valor a rondar os 974 biliões de euros. Cerca de 59% dos participantes no estudo referiram ter-se deparado com tentativas de fraude pelo menos uma vez por mês. Os telefonemas e as mensagens de texto são os métodos mais usados para estas fraudes, indicadas por 61% e 58% das pessoas, respetivamente. Os sites de compras fraudulentos, seguidos de roubos de identidade e serviços de investimento fraudulentos foram os mais comuns. Além das perdas financeiras, existem ainda impactos emocionais, com cerca de 60% das respostas a indicarem a presença de sequelas a este nível.

Por outro lado, existe uma vasta quantidade de vítimas que acaba por não reportar os incidentes. É de 59% a percentagem dos que dizem não o fazer por terem dúvidas acerca dos resultados práticos disso mesmo. Segundo o relatório, há inclusive 24% de pessoas que indicam que a denuncia é inútil.

É com o intuito de evitar que os consumidores sejam vítimas de burlas e fraudes a partir da internet que a DECO PROteste, em conjunto com o ScamAdviser, promove o “Este site é seguro?”, uma ferramenta online que ajuda a determinar se um site ou link que recebeu, por exemplo, através de SMS ou e-mail é ou não seguro antes mesmo de o visitar. Basta digitar o endereço do site que deseja verificar no campo de pesquisa, e o resultado aparecerá em segundos.

Este site é seguro?

*Ao clicar em “Este site é seguro?” abrirá uma nova janela para um site externo hospedado por terceiros. Nenhuma informação que possa identificá-lo pessoalmente é transferida, recolhida ou armazenada. 

Como funciona o “Este site é seguro?”

A ferramenta usa um algoritmo que fornece uma pontuação de confiança com base em mais de 40 fontes de dados independentes, bem como em milhares de denúncias de sites maliciosos de entidades policiais, reguladores e organizações de defesa do consumidor de todo o mundo. É o caso da Xolphin, Pulsedive, Cleanbrowsing, Trend Micro, Trustpilot e do próprio ScamAdviser, entre outros.

Ao fazer a pesquisa sobre o endereço do site que pretende inspecionar, o consumidor recebe dois resultados possíveis: “Este site parece ser seguro” ou “Este site pode não ser seguro”. “Parece” e “pode” são palavras-chave nesta ferramenta, na medida em que nenhum dos resultados da pesquisa é definitivo. Pelo contrário, podem alterar à medida que novas informações são adicionadas pelas fontes que alimentam o algoritmo, como as relacionadas com a infraestrutura do site, existência de protocolos de segurança, denúncias por vírus, phishing ou fraude, etc.

“Este site é seguro?” foi projetado para fornecer informação sobre a segurança dos sites e não para classificá-los com base na experiência de utilização dos consumidores, incluindo facilidade de navegação ou aspetos relacionados com a qualidade do serviço, entrega e devolução de produtos e serviços, políticas ou outros elementos não diretamente relacionados com a segurança. Assim, se, ao fazer uma pesquisa, obtiver como resultado “Este site parece ser seguro”, tal não significa necessariamente que a DECO PROteste recomende o site ou os produtos ou serviços aí comercializados. Apenas quer dizer que, em princípio, não corre o risco de sofrer um ciberataque ou de ser burlado ao clicar naquela página. Caso pretenda saber mais sobre os sites recomendados pela DECO PROteste, visite o comparador das lojas online.

Fui alvo de burla. Que fazer?

Embora ajude a identificar possíveis riscos, “Este site é seguro?” não substitui uma avaliação manual de cada site antes de clicar no respetivo link. Aspetos como promoções demasiado atrativas, sites de supostas marcas conhecidas com nomes mal escritos ou com um design pouco cuidado, comentários negativos nas redes sociais do site (ou mesmo a inexistência de redes sociais associadas ao site), endereços (URL) que não começam por “https://” precedido de um pequeno cadeado ou a total ausência de uma página de contactos, entre outros, são sinais de alerta a que deve ficar atento. Na dúvida, é preferível não arriscar.

Se, apesar de todos os cuidados, foi burlado ou vítima de um ciberataque, denuncie de imediato o caso às autoridades. Pode fazê-lo através do Sistema Queixa Eletrónica, um serviço online e gratuito que encaminha as queixas ou denúncias para as entidades competentes, ou diretamente junto da Polícia Judiciária e/ou do Gabinete de Cibercrime do Ministério Público. Se suspeitar de que foi vítima de roubo de identidade, veja aqui que cuidados adicionais deve ter. Caso a fraude envolva o seu banco online, cartões de crédito/débito ou cheques, denuncie a situação à respetiva instituição bancária, que investigará o caso e denunciará qualquer atividade criminosa às autoridades policiais.

Finalmente, para evitar que outros consumidores caiam no mesmo esquema, pode denunciar o site na plataforma Reclamar.

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